Revista Técnico-Científica O SABER

 ISSN: 1983-7658    

 

Revista Técnico-Científica O SABER 

 ISSN: 1983-7658


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Analfabetismo visual: desvendando a linguagem visual para a compreensão e análise de imagens e visualidades no mundo contemporâneo

 

Ramon Carvalho Pereira*

 DOI_logo.pnghttps://doi.org/10.63753/osaber.a15n15.64

 

RESUMO

 

O analfabetismo visual na contemporaneidade foi investigado e ressaltada sua importância diante da sobrecarga de informações visuais. A expressão vai além da simples decodificação de imagens, indicando a dificuldade em compreender efetivamente informações visuais. Foram exploradas a percepção visual e a relevância da alfabetização visual na comunicação eficaz, considerando a cognição visual em narrativas complexas. A influência dos meios de comunicação na interpretação da realidade também foi discutida. O artigo sugere uma análise aprofundada das origens e possíveis estratégias para superar o analfabetismo visual, aplicando-se ao público-alvo de alunos do 7º ano do Ensino Fundamental, visando a uma sociedade onde a linguagem visual seja acessível a todos e melhor compreendida e explicada por esse público.

 

Palavras-chave: Analfabetismo visual. Percepção visual. Análise de imagens.

 

 

ABSTRACT

 

Visual illiteracy in contemporary times has been investigated, emphasizing its relevance in the face of visual information overload. The term goes beyond the simple decoding of images, indicating the difficulty in effectively understanding visual information. Visual perception and the relevance of visual literacy in effective communication were explored, taking into account visual cognition in complex narratives. The influence of the media on reality interpretation was also discussed. The article suggests an intensive analysis of the origins and possible strategies for overcoming visual illiteracy, applying it to the target audience of 7th-grade middle school students, aiming for a society where visual language is accessible to everyone and better understood and explained by this audience.

Keywords: Visual Illiteracy. Visual perception. Image analysis

 

INTRODUÇÃO

 

Na atual tapeçaria da sociedade, onde a informação se desdobra em diversas formas e meios, a habilidade de interpretar elementos visuais tornou-se uma competência crucial. Contudo, para alguns, essa habilidade está longe de ser uma jornada descomplicada. O termo "analfabetismo visual" surge como uma expressão que transcende a simples decodificação de imagens, representando a dificuldade ou incapacidade de compreender ou interpretar informações visuais de maneira eficaz. Nesta exploração, não apenas buscaremos compreender a origem desse termo, mas analisaremos como o analfabetismo visual está intimamente ligado à falta de habilidades em decodificar e entender as mensagens transmitidas por meio de elementos visuais.

Segundo Hernández (2007), relativamente à origem e à finalidade das práticas pedagógicas, torna-se imperativo questionar e revisar aquelas que se estabeleceram como dogmas na educação. Reconstruir a gênese das práticas implica entender que o que existe pode ser revisado e substituído conforme evoluem as necessidades e propósitos da educação. Além disso, é fundamental considerar que a experiência escolar pode ser apaixonante, desafiadora e relevante. A escola não deve ser um ambiente entediante e desvinculado das experiências e questões significativas para os estudantes. Em vez disso, deve ser um espaço prazeroso, onde desafios, confrontos e questionamentos permitam o desenvolvimento da flexibilidade, surpresa e disposição ao risco.

Outro desafio crucial, de acordo com as práticas pedagógicas no ensino de Arte, é romper com a homogeneização imposta na escola (Hernández, 2007). A prática de todos realizarem os mesmos exercícios e repetirem respostas únicas perpetua a conformidade ao sistema educacional. A visão unidimensional de ingressar no sistema produtivo ou alcançar a universidade limita as possibilidades da educação para todos em um mundo incerto, onde as subjetividades estão em constante transformação. Assim, é essencial promover a pluralidade e enxergar as diferenças como uma riqueza e não como um problema. A valorização das diversas vozes e perspectivas na educação é crucial para construir um ambiente que respeite e aproveite a diversidade, preparando os estudantes para um futuro complexo e multifacetado.

Num mundo saturado por uma profusão de informações visuais, que vão de gráficos, mapas, símbolos e outras formas de comunicação visual, a habilidade de decodificar e extrair significado desses elementos tornou-se uma habilidade essencial para uma vivência plena na sociedade. No entanto, para muitas pessoas essa tarefa constitui um verdadeiro desafio que podemos descrever com o termo "analfabetismo visual".

A tradição associa a alfabetização à capacidade de ler e escrever, mas é imperativo ampliar esse conceito. A origem do termo "analfabetismo visual" está na expansão da alfabetização para além das palavras. Reconhecemos que a capacidade de interpretar elementos visuais é tão crucial quanto a habilidade de decifrar palavras. Assim, a expressão surge como uma resposta à realidade de indivíduos que enfrentam desafios na decodificação e compreensão de mensagens apresentadas visualmente (Hernández, 2007).

Ao mergulharmos nas origens do termo, encontramos a contribuição de Rudolf Arnheim, psicólogo e teórico da arte. Arnheim argumenta que a forma como percebemos visualmente o mundo impacta diretamente nossa compreensão das informações (Arnheim, 1954). Portanto, o analfabetismo visual pode ser entendido como uma desconexão entre a percepção visual e nossa capacidade de construir significados. A psicologia da percepção visual emerge como uma lente valiosa para compreender as raízes desse desafio.

Dondis (2007) contribui para a exploração do analfabetismo visual destacando a importância da alfabetização visual. Dondis discute como a disposição e a organização de elementos visuais contribuem para a comunicação eficaz. O termo, assim, não apenas denota a incapacidade de interpretar imagens isoladas, mas, também, aponta para a dificuldade em decifrar a linguagem visual complexa que permeia nossa sociedade.

Scott McCloud (1993) e Neil Cohn (2013) ampliam essa discussão, ao explorar a cognição visual por meio dos quadrinhos. Eles argumentam que a compreensão de uma história visual requer habilidades cognitivas específicas e a falta dessas habilidades pode resultar em dificuldades na interpretação de narrativas visuais complexas. Ao desdobrar as páginas dos quadrinhos, McCloud e Cohn oferecem insights sobre como o analfabetismo visual não é apenas a incapacidade de decodificar elementos visuais isolados, mas, ainda, a dificuldade em seguir narrativas visuais intrincadas.

Marshall McLuhan, teórico da mídia, destaca a influência dos meios de comunicação na percepção e compreensão da realidade. Em uma sociedade onde imagens e vídeos dominam os meios de comunicação, a interpretação rápida e precisa de informações visuais torna-se essencial. Indivíduos que enfrentam analfabetismo visual podem, assim, estar em desvantagem ao navegar por um mundo saturado de imagens, onde a interpretação visual é uma habilidade indispensável (McLuhan, 1994). McLuhan (1994) destaca a influência dos meios de comunicação na percepção e compreensão da realidade, fornecendo uma base conceitual para compreender a importância da interpretação visual em uma sociedade saturada de mídia visual.

Em síntese, este artigo descreve as camadas invisíveis do analfabetismo visual, cuja origem reside na necessidade de ampliar o conceito de alfabetização, para além das palavras e reconhecer a importância da interpretação visual na sociedade contemporânea. Ao examinar as contribuições de Citelli, Arnheim, Bordenave, Munari, Cohn, Dondis, Hernández, Gombrich, McCloud e McLuhan serão compreendidas as complexidades desse desafio. Nos trechos subsequentes, o entendimento do analfabetismo visual será aprofundado, investigando não apenas suas origens, mas os caminhos para superar essas barreiras visuais e promover uma sociedade onde a linguagem visual seja acessível para todos.

 

DESENVOLVIMENTO

 

Desafios da compreensão visual na sociedade contemporânea

Vivemos em uma era saturada por uma proliferação incessante de informações visuais, onde gráficos, mapas, símbolos e outras formas de comunicação visual compõem a paisagem do nosso cotidiano. A habilidade de decodificar e extrair significado desses elementos tornou-se uma competência essencial para uma participação plena na sociedade contemporânea. Contudo, para muitos, essa tarefa se transforma em um verdadeiro desafio, delineando o fenômeno que conhecemos como "analfabetismo visual".

Em seu livro "Linguagem e Persuasão", Adilson Citelli (2005) explora, de maneira abrangente e crítica, a interseção entre a linguagem e o processo persuasivo, oferecendo insights profundos sobre como as estratégias comunicativas influenciam a construção de significados e a formação de opiniões na sociedade contemporânea.

Num contexto em que as mensagens são frequentemente transmitidas por meio de representações visuais, desde simples ícones em dispositivos eletrônicos até complexos gráficos estatísticos, a aptidão para interpretar e compreender essas informações torna-se uma habilidade indispensável. No entanto, uma parcela significativa da população enfrenta obstáculos substanciais nesse processo, e o termo "analfabetismo visual" emerge para descrever a dificuldade ou incapacidade de decodificar adequadamente essas mensagens visuais.

Um dos principais desafios reside na sobrecarga de estímulos visuais a que estamos constantemente expostos. A multiplicidade de plataformas digitais, cada uma apresentando informações de maneiras distintas, contribui para a complexidade desse cenário. A rapidez com que somos confrontados por imagens e símbolos, muitas vezes sem o contexto adequado, pode resultar em uma sensação de sobrecarga cognitiva, dificultando a absorção e a interpretação eficaz das mensagens visuais. Citelli (2005), ao explorar as intricadas relações entre linguagem e persuasão, encontra eco nas reflexões de Hernández sobre as visualidades no mundo contemporâneo, destacando a complexa interação entre comunicação verbal e não verbal na construção de significados e na influência sobre as percepções na sociedade atual.

Além disso, a falta de educação formal sobre alfabetização visual acentua os desafios. Enquanto a sociedade contemporânea exige uma habilidade cada vez maior na interpretação de gráficos, infográficos e outros recursos visuais, a ausência de uma instrução adequada deixa muitos indivíduos à deriva nesse mar de símbolos e representações. A alfabetização visual não é apenas uma questão de decodificação, mas também envolve a capacidade de contextualizar, analisar criticamente e extrair significado das informações apresentadas visualmente. Em seu livro “O que é comunicação?”, Juan Bordenave (1982) dialoga de maneira significativa com a atualidade, especialmente quando consideramos os desafios relacionados à alfabetização visual. Em um mundo contemporâneo que exige habilidades crescentes na interpretação de recursos visuais, a falta de educação formal acentua as dificuldades, o que propicia a muitos indivíduos perderem-se entre visualidades. A alfabetização visual, como discutida por Bordenave, transcende a decodificação, envolvendo também a capacidade crucial de contextualizar, analisar criticamente e extrair significado das informações apresentadas visualmente.

Outro desafio crucial é a diversidade cultural que permeia a sociedade. Símbolos e códigos visuais podem ter significados variados em diferentes contextos culturais, levando a interpretações equivocadas ou a uma compreensão distorcida das mensagens. A globalização trouxe consigo uma interconexão visual, mas a compreensão efetiva dessas representações demanda uma sensibilidade cultural que, muitas vezes, é subestimada.

Nesse panorama desafiador, é imperativo promover a alfabetização visual como uma competência fundamental. Iniciativas educacionais que visam desenvolver habilidades de interpretação visual desde as fases iniciais da formação escolar podem ajudar a mitigar os desafios enfrentados pela população. Além disso, a conscientização sobre a importância da alfabetização visual e a promoção de ambientes que incentivem a compreensão crítica das informações visuais são passos essenciais para superar o analfabetismo visual na sociedade contemporânea.

Em última análise, os desafios na compreensão visual na sociedade contemporânea não são apenas obstáculos individuais, mas também questões sociais que exigem uma abordagem holística. Ao reconhecer e abordar esses desafios, podemos aspirar a uma sociedade onde a linguagem visual seja uma ferramenta acessível e compreendida por todos. Conforme expresso por Hernández, a complexidade dos desafios na compreensão visual na sociedade contemporânea vai além de obstáculos individuais, representando questões sociais que requerem uma abordagem holística. Ao reconhecer e enfrentar esses desafios, buscamos uma sociedade onde a linguagem visual seja não apenas acessível, mas também compreendida de maneira universal.

 

Expansão da alfabetização: para além das palavras escritas

 

Na tessitura da sociedade contemporânea, onde a comunicação se desdobra em uma multiplicidade de formas, a alfabetização não pode ser confinada apenas ao domínio das palavras escritas. A expansão desse conceito é imperativa, reconhecendo que a habilidade de interpretar e criar significado a partir de elementos visuais é tão essencial quanto a leitura e a escrita tradicionais. A expansão do conceito de alfabetização para abranger a habilidade de interpretar e criar significado a partir de elementos visuais, reconhecendo sua importância equiparada à leitura e à escrita tradicionais, encontra eco nas obras de diversos autores, entre eles Hernández, Bordenave, Dondis e Arnheim. Hernández, em suas contribuições, destaca a necessidade de uma abordagem holística na compreensão visual na sociedade contemporânea, sublinhando que a interpretação de elementos visuais vai além de desafios individuais, abrangendo questões sociais. Bordenave, por sua vez, examina as práticas pedagógicas e a comunicação, evidenciando a importância de questionar e reconstruir concepções educacionais. Dondis (2007) ressalta a relevância da alfabetização visual, enquanto Arnheim (1954), como teórico da arte, enfoca a percepção visual como essencial para a compreensão de informações. A convergência de suas perspectivas contribui para um entendimento mais abrangente da necessidade crítica de ampliar o conceito de alfabetização na era contemporânea.

A origem dessa necessidade de expansão remonta à crescente saturação de informações visuais em nosso cotidiano. Gráficos, mapas, símbolos e outras formas de comunicação visual moldam a maneira como percebemos e interagimos com o mundo ao nosso redor. Ignorar a alfabetização visual significa limitar a compreensão de uma parte significativa da linguagem contemporânea.

Rudolf Arnheim (1954), com suas contribuições para a psicologia da percepção visual, nos alerta sobre a importância de compreender como percebemos e interpretamos o mundo visualmente. A alfabetização visual não é apenas sobre o reconhecimento de imagens, mas também sobre a compreensão das relações entre essas imagens e a formação de significado.

Dondis (1974) ressalta a necessidade de entender a organização e disposição dos elementos visuais. Isso vai além da simples identificação de objetos; trata-se de decifrar como esses elementos interagem para criar uma narrativa visual coerente. A alfabetização visual, portanto, engloba a capacidade de "ler" a sintaxe das imagens, compreendendo a gramática visual que guia a comunicação visual eficaz.

Ao considerar a expansão da alfabetização, não podemos ignorar a contribuição de autores que exploram a cognição visual, como em Cohn (2013) e McCloud (1993). Suas investigações sobre a linguagem visual em quadrinhos destacam que a compreensão de uma narrativa visual requer habilidades cognitivas específicas. Essa perspectiva sublinha a complexidade da alfabetização visual, indo além da simples identificação de elementos visuais para abranger a interpretação de narrativas visuais complexas.

No contexto atual, em que a mídia digital desempenha um papel proeminente, Marshall McLuhan (1994) alertou sobre o impacto dos meios de comunicação na percepção e compreensão da realidade. A alfabetização visual torna-se crucial na era da mídia, onde a interpretação rápida e precisa de informações visuais é essencial para a participação plena na sociedade.

A expansão da alfabetização para além das palavras escritas é um chamado para reconhecer a importância da linguagem visual na comunicação contemporânea. A falta de habilidades em decodificar e interpretar informações visuais representa não apenas uma lacuna na educação, mas também uma limitação na participação efetiva na sociedade moderna.

Em síntese, a alfabetização visual é a ponte para uma compreensão mais profunda e abrangente da linguagem contemporânea. Expandir a alfabetização para além das palavras escritas significa capacitar os indivíduos a navegar eficientemente no oceano de informações visuais, o qual define o nosso mundo, e promover uma sociedade onde a comunicação visual é uma habilidade essencial para todos.

 

A psicologia da Percepção Visual de Arnheim: desvendando as camadas da compreensão

 

Rudolf Arnheim, renomado psicólogo e teórico da arte, lançou uma luz única sobre a complexidade da percepção visual e suas implicações para a compreensão do mundo ao nosso redor. Sua obra não apenas desafia as fronteiras tradicionais entre a psicologia e a arte, mas também redefine a maneira como consideramos a relação entre a percepção visual e a interpretação cognitiva.

No cerne da contribuição de Arnheim está a ideia de que a forma como percebemos o mundo visualmente desempenha um papel crucial em como compreendemos e interpretamos as informações. Em outras palavras, a psicologia da percepção visual, conforme delineada por Arnheim, propõe que nossa percepção não é apenas um processo sensorial, mas um ato complexo que influencia diretamente nossa construção de significado.

Arnheim (1954) argumenta que a percepção visual vai além da simples identificação de objetos; ela envolve a compreensão da relação entre esses objetos e sua representação mental. Por exemplo, ao olhar para uma obra de arte, não apenas reconhecemos os elementos visuais, mas também atribuímos significado a partir da maneira como esses elementos interagem e se organizam. Essa abordagem transcende a mera observação superficial e adentra as camadas mais profundas da cognição visual.

Ao explorar a psicologia da percepção visual, Arnheim destaca a importância da “gestalt”, um conceito que enfatiza a tendência natural da mente humana de organizar elementos visuais em padrões significativos e coerentes. Essa organização gestáltica não apenas simplifica a experiência visual, mas também ressalta a importância de entender como percebemos relações e formas em nossa percepção cotidiana.

A aplicação prática dessas ideias vai além do campo artístico. Arnheim sugere que a compreensão da psicologia da percepção visual é vital para diversas áreas, desde o design gráfico até a arquitetura. Reconhecer como as pessoas percebem e interpretam visualmente o ambiente ao seu redor é fundamental para criar experiências significativas e comunicar-se eficazmente por meio de elementos visuais.

A visão de Arnheim também oferece insights valiosos sobre a relação entre a percepção visual e a construção de significado. A forma como vemos o mundo não é apenas uma resposta passiva aos estímulos visuais, mas uma atividade interpretativa ativa que influencia a forma como atribuímos sentido às experiências. Essa perspectiva é fundamental para entender não apenas a arte, mas também como a percepção visual molda nossa compreensão mais ampla da realidade.

Em suma, a psicologia da percepção visual de Arnheim representa um mergulho profundo nas complexidades da mente humana e sua interação com o mundo visual. Sua abordagem vai além das fronteiras disciplinares, conectando a psicologia à arte e à experiência visual cotidiana. Ao desvendar as camadas da compreensão visual, Arnheim nos convida a explorar as nuances da percepção e a apreciar a riqueza da interação entre mente e imagem.

 

Alfabetização visual e organização da Linguagem Visual por Dondis: uma exploração profunda

 

Donis A. Dondis (1974), renomada teórica da comunicação visual, deixa um legado duradouro ao desbravar as intrincadas conexões entre a alfabetização visual e a organização da linguagem visual. Suas obras não apenas fundamentam os princípios da comunicação visual, mas também oferecem uma compreensão única de como a disposição e organização de elementos visuais são fundamentais para a transmissão eficaz de mensagens.

No cerne da abordagem de Dondis, está a ideia de que a comunicação visual é uma linguagem por si só, com uma gramática e uma sintaxe específicas, que devem ser compreendidas para uma interpretação precisa. A alfabetização visual, portanto, vai além do simples reconhecimento de imagens; envolve a capacidade de "ler" a organização espacial dessas imagens para extrair significado.

Dondis argumenta que a disposição dos elementos visuais não é arbitrária, mas segue padrões específicos que influenciam a maneira como percebemos e interpretamos as mensagens. Em outras palavras, a organização da linguagem visual é uma parte intrínseca da narrativa visual, afetando como as informações são transmitidas e recebidas. Essa perspectiva reforça a ideia de que a alfabetização visual não se trata apenas de decodificação, mas também da compreensão da "gramática" única que governa a comunicação visual.

A autora enfatiza a importância da gestalt na organização visual. Assim como Arnheim, Dondis reconhece a tendência natural da mente humana em organizar elementos visuais em padrões significativos. A compreensão dessa gestalt visual é vital para a alfabetização, pois ela permite uma leitura mais fluida e uma interpretação mais intuitiva da mensagem visual.

A aplicação prática desses conceitos vai além do design gráfico. Dondis destaca a relevância da sintaxe visual em áreas como publicidade, cinema e design de interfaces. A capacidade de organizar elementos visuais de maneira eficaz não apenas aumenta a estética, mas também melhora a eficácia comunicativa. A alfabetização visual, quando combinada com a compreensão da organização da linguagem visual, capacita os indivíduos a transmitirem mensagens visualmente de maneira impactante e coerente.

Além disso, Dondis destaca a importância do contexto na interpretação visual. A mesma imagem pode ter significados distintos dependendo do contexto em que é apresentada. Essa ênfase na contextualização é fundamental para uma alfabetização visual completa, pois reconhece que a compreensão visual vai além dos elementos individuais, envolvendo a consideração do todo.

Em resumo, a contribuição de Donis A. Dondis para o campo da alfabetização visual e organização da linguagem visual é inspiradora. Sua obra proporciona uma compreensão abrangente de como a disposição de elementos visuais e a compreensão da gramática visual são essenciais para uma comunicação visual eficaz. Ao explorar a interseção entre alfabetização visual e organização visual, Dondis nos convida a decifrar as complexidades da linguagem visual e a apreciar a profunda influência que essa compreensão pode ter na maneira como percebemos e interagimos com o mundo visual ao nosso redor.

 

Desdobrando as páginas dos quadrinhos: Cohn e McCloud na cognição visual

 

Neil Cohn e Scott McCloud, figuras proeminentes no estudo da cognição visual, lançam luz sobre o intrincado mundo dos quadrinhos, desdobrando as páginas para revelar as complexidades subjacentes à interpretação e compreensão de narrativas visuais. Suas contribuições não apenas transcendem as fronteiras entre a arte e a cognição, mas também oferecem uma visão profunda sobre como a mente humana processa e assimila informações visuais complexas.

O trabalho de Cohn (2013) destaca-se ao explorar a cognição visual por meio da linguagem dos quadrinhos. Ao analisar como as pessoas percebem e interpretam sequências visuais, Cohn oferece uma visão valiosa sobre as habilidades cognitivas necessárias para compreender narrativas visuais não lineares. Sua pesquisa sugere que a cognição visual é fundamental para desdobrar as camadas de significado em quadrinhos, indo além da mera apreciação estética para adentrar as nuances da interpretação narrativa.

Scott McCloud (1993), por sua vez, expande a discussão ao teorizar sobre a natureza da linguagem dos quadrinhos em "Understanding Comics", que é uma obra desse autor na qual ele explora profundamente a linguagem dos quadrinhos. McCloud argumenta que os quadrinhos não são apenas uma forma de entretenimento, mas uma forma única de comunicação visual, com sua própria gramática e sintaxe. Ele descreve a linguagem dos quadrinhos como uma combinação de imagens e texto, na qual as relações entre os quadros, a escolha de estilo artístico, o uso de espaço, e a interação entre texto e imagem criam significados únicos. Ele diz que a combinação única de imagens e texto cria uma forma de comunicação visual única, com sua própria gramática e sintaxe. Desdobrar as páginas dos quadrinhos, para McCloud, é desvendar um sistema complexo de representação visual que envolve não apenas a interpretação de imagens isoladas, mas também a compreensão da interação dinâmica entre essas imagens ao longo de uma sequência.

Ambos os teóricos convergem para a ideia de que a leitura de quadrinhos é uma experiência cognitiva sofisticada. A compreensão de uma história visual requer não apenas o reconhecimento de imagens, mas também a capacidade de sintetizar informações ao longo do tempo e do espaço. Desdobrar as páginas dos quadrinhos, portanto, é mais do que uma simples observação visual; é uma imersão na linguagem única que combina elementos visuais e narrativos, para criar significado, e que foi utilizada com os alunos do 7º ano do Ensino Fundamental do Colégio Militar de Brasília (CMB), em algumas atividades, cujo escopo foi exercitar a interação entre mente e imagem, como será apresentado em uma atividade mais adiante.

Ao desbravar as páginas dos quadrinhos, Cohn e McCloud revelam a complexidade das operações mentais envolvidas na interpretação visual. A cognição visual, nesse contexto, vai além da percepção superficial e envolve a capacidade de organizar, interpretar e sintetizar informações de maneira dinâmica. Isso destaca não apenas a importância dos quadrinhos como uma forma de arte única, mas também a necessidade de uma alfabetização visual que abranja a complexidade da comunicação visual em diversas mídias.

Em última análise, desdobrar as páginas dos quadrinhos, como proposto por Cohn e McCloud, é adentrar em um domínio onde a mente humana dança entre o visual e o narrativo. Suas teorias oferecem um guia valioso para compreender como a cognição visual é fundamental na apreciação e interpretação de narrativas visuais complexas. Ao desvendar as camadas dessa experiência única, Cohn e McCloud nos convidam a explorar o potencial cognitivo inexplorado presente nas páginas dos quadrinhos.

 

Desafios contemporâneos: McLuhan e a Era da Mídia Visual

 

Marshall McLuhan (1994), um visionário no campo da teoria da mídia, antecipou desafios cruciais na era contemporânea, especialmente no que diz respeito à transição para uma sociedade impregnada pela mídia visual. Suas análises penetrantes não apenas prenunciaram o advento da cultura visual, mas também delinearam os desafios que enfrentamos ao mergulhar cada vez mais fundo nesse oceano de imagens.

Em sua obra seminal "Os Meios de Comunicação como Extensões do Homem", McLuhan provocou uma mudança de paradigma ao introduzir o conceito de "aldeia global", preconizando que os meios de comunicação moldam e redefinem não apenas a forma como percebemos o mundo, mas também como nos relacionamos uns com os outros. McLuhan vislumbrou uma sociedade em que as barreiras temporais e espaciais seriam transcendidas pela onipresença da comunicação mediada por imagens.

No contexto contemporâneo, os desafios profetizados por McLuhan se manifestam de maneiras multifacetadas. A ascensão das redes sociais e a proliferação de plataformas digitais intensificaram a saturação de imagens em nossa vida cotidiana. A incessante exposição a imagens, muitas vezes fragmentadas e descontextualizadas, gera um ambiente propício para a chamada "narcose sensorial", onde a absorção constante de estímulos visuais pode resultar em uma compreensão superficial e fragmentada da realidade.

A capacidade de processamento rápido e simultâneo de informações visuais, característica da era da mídia visual, também trouxe consigo desafios cognitivos. A atenção fragmentada, estimulada por fluxos intermináveis de imagens em plataformas digitais, pode comprometer a profundidade da compreensão e análise crítica. McLuhan, ao destacar a influência da forma do meio na percepção, alertou para a necessidade de consciência sobre como os meios visuais moldam não apenas o que vemos, mas também como interpretamos o mundo ao nosso redor.

Outro desafio contemporâneo é a disseminação de notícias falsas e desinformação visual. McLuhan, ao antecipar a globalização da informação, alertou para a facilidade com que as imagens podem ser manipuladas para transmitir narrativas distorcidas. Na era das deepfakes (imagens ou áudios que foram manipulados de forma sofisticada por meio de técnicas de aprendizado profundo, deep learning, e inteligência artificial) e manipulação de imagens, a confiança na veracidade das representações visuais tornou-se uma questão premente, exigindo uma alfabetização visual mais sofisticada.

Além disso, a proliferação da mídia visual trouxe à tona questões de representação e diversidade. O poder das imagens na formação de opiniões e na construção de narrativas culturais destaca a necessidade crítica de considerar quem está representado e como nas diferentes formas de mídia visual. McLuhan, ao salientar a influência da mídia na percepção social, apontou para a responsabilidade de uma representação justa e equitativa na era visual.

Enfrentar os desafios contemporâneos na era da mídia visual, como previsto por McLuhan, exige uma abordagem abrangente que combine a conscientização sobre o impacto da mídia com uma alfabetização visual aprimorada. É imperativo não apenas consumir imagens de maneira crítica, mas também cultivar a capacidade de interpretar, contextualizar e questionar as mensagens visuais que permeiam nossa sociedade. A visão de McLuhan, que transcendeu seu tempo, continua a ressoar como um lembrete urgente da necessidade de navegar habilmente nas águas turbulentas da mídia visual contemporânea.

 

Parte Experimental

 

A dificuldade dos alunos do 7º ano do Ensino Fundamental em se expressar

 

A dificuldade dos alunos do 7º ano do Ensino Fundamental em se expressar e explicar imagens pode ser atribuída a uma variedade de fatores. Essa fase do desenvolvimento educacional é marcada por mudanças significativas na cognição, na linguagem e nas habilidades de comunicação, o que pode influenciar a capacidade dos alunos de interpretar e expressar visualmente.

Os alunos do 7º ano do CMB estão em uma fase de transição cognitiva, e alguns ainda estão desenvolvendo plenamente suas habilidades de pensamento abstrato e crítico. A capacidade de analisar e interpretar visualmente pode demandar um nível de maturidade cognitiva que nem todos atingiram nesse estágio.

A alfabetização visual é uma habilidade que precisa ser cultivada e ensinada. Muitos estudantes podem não ter recebido uma educação formal que os capacite a compreender e expressar informações visualmente. Isso inclui a falta de familiaridade com elementos como composição visual, simbolismo e estratégias de comunicação visual. Assim como há um vocabulário verbal, há um vocabulário visual que permite descrever e interpretar elementos visuais. Alunos podem enfrentar dificuldades em expressar suas ideias sobre imagens devido à falta de termos específicos para descrever elementos visuais, como cores, formas e layout.

A interpretação visual muitas vezes requer uma compreensão do contexto no qual uma imagem está inserida. Ao longo do 2º semestre de 2023, foram realizadas algumas oficinas de análise de obras com os alunos do 7º ano onde uma parte deles teve dificuldade em identificar elementos-chave e entender como esses elementos se relacionam dentro do contexto visual mais amplo.

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Figura 1. Imagem de quadrinhos (Ciência Hoje, v. 5, nº 27, dez 1986 - Encarte). Imagem utilizada em uma das atividades onde os alunos deveriam explicar o que acontece no quadrinho, a partir de uma análise pessoal.

 

Alguns alunos sentiram insegurança ao expressar suas interpretações visualmente, especialmente os que não se sentiram confortáveis em compartilhar suas opiniões e temeram o julgamento dos colegas. A autoexpressão visual pode ser vista como mais desafiadora e intimidadora que a expressão verbal. A prática foi fundamental para desenvolver habilidades de comunicação visual (Figura 2). Alunos que não tiveram oportunidades regulares de praticar a interpretação de imagens e a expressão visual enfrentaram dificuldades em adquirir confiança e competência nessa área.

 

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Figura 2. Atividade proposta pelo professor com base nas teorias de Hernández, Arnheim, Dondis, Cohn e McCloud.

 

A maneira como os conceitos visuais são apresentados em sala de aula pode influenciar a compreensão dos alunos. Se a abordagem pedagógica não enfatizar a importância da linguagem visual e não proporcionar atividades práticas, os alunos podem não desenvolver as habilidades necessárias. Isso tornou-se cada vez mais evidente no decorrer das aulas e das atividades de análise de obras que foram realizadas (Figura 3). Cada aluno é único, e as diferenças individuais, incluindo estilos de aprendizagem, interesses e experiências prévias, contribuíram para a variação na habilidade de expressar e explicar imagens.

 

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Figura 3. Momento em que o professor explicava sobre visualidades no mundo contemporâneo e explorava os necessários questionamentos para compreender e se posicionar sobre uma imagem (de acordo com sua construção e contexto).

 

Em resposta a esses desafios, foi crucial adotar abordagens pedagógicas que promoveram a alfabetização visual, incentivando a prática regular da interpretação visual, como se deu no 2º semestre, e criaram um ambiente de aprendizado em que foi possível estimular a confiança e a expressão individual. A integração efetiva de atividades visuais no currículo, o feedback construtivo durante as aulas dialogadas e a promoção de discussões abertas foram estratégias benéficas para superar essas dificuldades.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

 

As dificuldades dos alunos do 7º ano em se expressar e explicar imagens analisadas à luz das teorias de Jean Piaget e Lev Vygotsky

 

As dificuldades dos alunos do 7º ano em se expressar e explicar imagens podem ser analisadas à luz das teorias de Jean Piaget e Lev Vygotsky, dois influentes psicólogos do desenvolvimento cognitivo.

Piaget propôs que o desenvolvimento cognitivo ocorre em estágios sequenciais. Os alunos do 7º ano estão geralmente na fase das operações formais, quando começam a desenvolver o pensamento abstrato e lógico. A dificuldade que os alunos tiveram em expressar e explicar imagens refletiu desafios associados à consolidação dessas habilidades abstratas.

A perspectiva construtivista de Piaget destaca a importância da construção ativa do conhecimento pelo indivíduo. A dificuldade dos alunos foi relacionada à necessidade de construir um vocabulário visual e uma compreensão conceitual através da interação com o ambiente visual, algo que exigiu a orientação diante das experiências ocorridas.

Vygotsky introduziu o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal, que representa a diferença entre o que um aluno pode fazer independentemente e o que pode fazer com ajuda. A dificuldade em se expressar visualmente pode estar na Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) sugerindo que os alunos podem se beneficiar de orientação e suporte para desenvolver suas habilidades visuais.

Vygotsky enfatiza a importância da mediação social no desenvolvimento cognitivo. Os desafios em expressar imagens foram abordados por meio de interações sociais durante as oficinas de análise, com discussões em grupo, quando os alunos tiveram a oportunidade de compartilhar perspectivas, aprender com os colegas e receber feedback construtivo. Vygotsky, também, destacou a importância da linguagem no desenvolvimento cognitivo. A dificuldade em expressar-se visualmente dos alunos durante o processo de aprendizagem foi relacionada à necessidade de desenvolver um vocabulário visual, e o uso da linguagem verbal foi fundamental para facilitar a articulação de pensamentos sobre imagens.

Vygotsky considerava a cultura e as ferramentas culturais como componentes cruciais do desenvolvimento. A dificuldade em interpretar e criar imagens refletiu diferenças nas experiências culturais e na familiaridade com ferramentas visuais específicas, como ocorreu durante o uso das projeções de obras de arte e de produções audiovisuais como o vídeo “Donald no país da matemágica”, disponibilizado gratuitamente na plataforma digital do YouTube.

Ambas as teorias de Piaget e Vygotsky enfatizam a importância da interação ativa com o ambiente, seja por meio de experiências práticas (Piaget) ou da mediação social (Vygotsky). Abordar as dificuldades dos alunos requereu um entendimento cuidadoso de seus estágios de desenvolvimento, a aplicação de estratégias pedagógicas que considerem a ZDP e a criação de ambientes que incentivaram a construção ativa do conhecimento visual nas aulas no auditório do CMB.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

À medida que navegamos nas correntes da sociedade contemporânea, fica evidente que a necessidade de alfabetização visual é mais premente do que nunca. Este panorama de desafios e perspectivas, delineado por pensadores como Arnheim, Dondis, Cohn, McCloud e McLuhan, convergiu para uma conclusão incontestável: a capacidade de interpretar e comunicar por meio de elementos visuais é uma habilidade essencial para a plena participação na cultura contemporânea.

A alfabetização visual não é um mero complemento à alfabetização tradicional; é um elemento intrínseco à compreensão completa da linguagem e da comunicação na era atual, e isso fica cada vez mais evidente no dia a dia, como, por exemplo, o acesso “precoce” aos meios de comunicação e recursos audiovisuais (tablets, celulares, computadores e outros).

A partir do ano 2000 até os dias atuais, passou a ser cada vez mais comum crianças, às vezes com menos de um ano, interagindo com aparelhos celulares e tablets. Arnheim nos mostrou a importância da psicologia da percepção visual, enquanto Dondis destacou a necessidade de entender a organização da linguagem visual. Cohn e McCloud, por sua vez, desvendaram as complexidades da cognição visual e da linguagem única dos quadrinhos, e isso ficou evidente nas experiências com os alunos do 7º ano do CMB, em especial na atividade em que eles foram conduzidos a se expressar sobre uma imagem de uma tirinha em quadrinhos. McLuhan, como um profeta da era da mídia visual, antecipou os desafios que enfrentamos na aldeia global, onde a saturação de imagens demanda uma consciência crítica e isso foi possível identificar durante as trocas de informações nas aulas dialogadas com recursos audiovisuais.

Os desafios contemporâneos da mídia visual, como a sobrecarga de informações, a disseminação de desinformação e a necessidade de representação equitativa, ressaltam a urgência de uma alfabetização visual aprimorada. Não se trata apenas de reconhecer imagens, mas de compreender a gramática visual, decodificar a sintaxe da imagem e interpretar narrativas visuais complexas. É a capacidade de ir além da superfície das imagens, contextualizando-as, analisando-as criticamente e reconhecendo seu poder na construção de significados culturais e sociais.

A falta de alfabetização visual não é apenas uma lacuna individual, mas uma lacuna na participação plena na sociedade contemporânea. A habilidade de interpretar gráficos, compreender narrativas visuais, analisar imagens e reconhecer representações culturais é crucial para a cidadania informada e para a participação efetiva em um mundo saturado por mídia visual.

Portanto, a conclusão é clara: a alfabetização visual é uma necessidade urgente que transcende os limites das disciplinas específicas. É um chamado para educadores, formuladores de políticas públicas, profissionais da mídia e a sociedade em geral. É uma jornada que nos leva além das palavras escritas para desvendar as camadas invisíveis da comunicação visual, capacitando-nos a decifrar, interpretar e, por fim, fluir de maneira significativa nas águas da cultura visual contemporânea.

REFERÊNCIAS

 

ARNHEIM, R. (1954) Art and visual perception: a psychology of the creative eye. University of California Press.

BORDENAVE, J. E. D. (1982) O que é comunicação? Coleção Primeiros Passos. São Paulo: Editora Brasiliense.

CMB - Colégio Militar de Brasília (2023) Plano de Conferências e Palestras. In: Plano Geral de Ensino. Brasília: CMB, p. 12-13.

CMB - Colégio Militar de Brasília (2023) Plano Geral de Ensino - Colégio Militar de Brasília. Brasília: CMB, 64p.

CITELLI, A. (2005) Linguagem e Persuasão. 3ª impr - São Paulo: Editora Ática.

COHN, N. (2013). The Visual Language of Comics: introduction to the structure and cognition of sequential images. A&C Black.

DEPA - Diretoria de Educação Preparatória e Assistencial (2015) Projeto Pedagógico do Sistema Colégio Militar do Brasil. Disponível em: <https://www.depa.eb.mil.br/images/legislacao/projeto_pedagogico.pdf> Acesso em: 28 nov. 2023.

DONDIS, D. A. (1974) A primer of visual literacy. Mit Press.

DONDIS, D. A. (2007) Sintaxe da Linguagem Visual. São Paulo: Martins Fontes.

GOMBRICH, E. H. (1995) A História da Arte. Rio de Janeiro: LTC Editora.

HERNÁNDEZ, F. (2007) Catadores da Cultura Visual. Proposta para uma nova narrativa educacional. Porto Alegre: Editora Mediação.

MCLOUD, S. (1993) Understanding Comics. Nova York: Kitchen Sink.

MCLUHAN, M. (1994) Understanding media: the extensions of man. MIT press.

 

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*Professor de Artes (CMB), Bacharel e licenciado em Artes Plásticas (UnB). Email: Este endereço para e-mail está protegido contra spambots. Você precisa habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

 

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